PODENGOS PORTUGUESES PEQUENOS
DE PÊLO CERDOSO DO VALE DO CUTILEIRO

O amigo, companheiro e grande caçador

Os meus podengos, cuja origem se perde na história de gerações e gerações desta gente humilde, que no campo constitui um equilíbrio e complexidade de agricultura, lide doméstica e a caça, onde estes cães sempre se integraram como se de uma família se tratasse quase sempre sem necessitar de canil ou casota apenas um cobertor ou sofá no hall ou sala de casa.

A sua relação é de tal forma completa que em casa reconhece os diferentes membros da família e identifica estranhos, com a força de um guarda, mas aceitando-os como amigos se o dono assim o entender.

Nos passeios ou actividades agrícolas participa como companhia fiel e atenta sem perder oportunidades de participar, muitas vezes encontrando objectos perdidos do seu dono, e tantas vezes eliminando os pequenos roedores que tantos danos provocam.

Na caça é onde eu mais convivo com eles dado a minha actividade profissional não permitir que me acompanhem mais frequentemente no dia a dia.

São dotados de tantas características e vantagens que não será demais dizer que é o melhor cão de caça aos coelhos e outros pequenos animais do mundo. Se não vejamos: o seu corpo que varia em altura entre os 20 e 30 centímetros sendo a fêmeas mais pequenas, permite-lhe de uma forma constante e veloz progredir no mato, silvados, estevas ou marouços de pedras, onde o seu apurado olfacto e eficaz perto do chão lhe permite encontrar as suas presa silenciosamente avisando o seu dono, que sempre se encontra por perto, uma vez que este apesar de ocupado e muito activo com a caça nunca perde o seu dono quer pelo contacto visual quer pelo odor, com agudos latidos que no caso do coelho se furtar tornam-se constantes intermináveis, também chamando a atenção dos outros podengos membros da matilha, que estão sempre por perto muitas vezes já no encalce de outros coelhos e se tratar de outro animal, por exemplo uma raposa, um sacarrabos ou um texugo, o seu dono habituado ao seu latir apercebe-se que não é um coelho.

A sua visão bem apurada também auxilia, ainda que tantas vezes relegada para segundo plano dado a densidade dos matos, resolvendo o lance pela rapidez com que se move e distingue os odores.

Na busca e na perseguição é incrível verificar o movimento das orelhas mais parecendo modernas antenas de radar, movimentando-se em todos os sentidos na busca do som e recolhendo-as junto à nuca quando se tem que proteger dos bicos das silvas e outros.

A cauda, quando recolhida até ao meio das pernas, serve também em alturas, em que a adrenalina na proximidade da presa, que corre o risco de fugir se latir, como avisando com a cauda em forma de foice toda levantada avisando da presença duma presa e também para grandes celebrações a quando do reencontro com o dono ou amigos, ou para se retirar humildemente quando e derrotado ou repreendido voltando à primeira oportunidade.

Também não é pouco frequente entrar em apertadas engras de pedras e nas tocas dos bichos onde muitas vezes atinge o sucesso quase inacreditável de os sacar para fora.